Se tivessem acreditado na minha brincadeira de dizer verdades teriam ouvido as verdades que teimo em dizer a brincar, falei muitas vezes como um palhaço mas jamais duvidei da sinceridade da plateia que sorria. Charles Chaplin

Tornámo-nos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos. Antoine de Saint-Exupéry

A cabeça que se não volta para os horizontes sumidos não contém nem pensamento nem amor. Victor Hugo

Não importa o que fizeram connosco, importa o que fazemos com aquilo que nos fizeram. JP Sartre

quarta-feira, 29 de abril de 2015

de como o bagaço é bom a falar de amor

"Não há pior verbo para usar num caso de Amor do que o verbo "conquistar". Quando nos apaixonamos e sentimos que somos correspondidos, temos a mania de acreditar que conquistámos alguém, mas no Amor nunca conquistamos ninguém. O melhor que nos pode acontecer é sermos conquistados.
Ser conquistado é passar a pertencer ao outro sem que o outro nos pertença a nós, porque a pertença no Amor tem sempre que ser voluntária. Impulsiva até, diria eu. E a sério que não há melhor Amor do que aquele em que ambos são conquistados, mas nenhum é conquistador.
Quem acredita que conquistou alguém, então ainda não sabe bem que Amar é um verbo bem maior, apesar de ter menos letras. Ter que conquistar é triste, mas ser conquistado é de uma felicidade extrema.
Quando estamos apaixonados, tudo o queremos é que a outra pessoa nos invada e ocupe como um exército intruso. De preferência, que se instale em nós para sempre. É aí que nos rendemos e nos declaramos conquistados. Estamos bem, foi uma guerra sem armas, e a cama é o melhor sítio para guerrear."

caixinha de música da canca ♫ 37 - nothing really ends

dEUS

terça-feira, 28 de abril de 2015

do filme que eu vi - a boa mentira


Entre 1983 e 2005, durante os terríveis anos da Guerra Civil que assolou o Sudão, estima-se que mais de dois milhões de pessoas tenham perdido a vida. Em busca de abrigo, um sem-número de famílias deixou as suas casas e seguiu em direcção a campos de refugiados. Devido à situação caótica em que viviam, perto de 27 mil crianças foram separadas dos pais, fazendo o trajecto sozinhas. Eram estes os "lost boys/girls", crianças de todas as idades que, fugindo aos perigos e, muitas vezes, acompanhadas pelos irmãos, percorriam milhares de quilómetros para alcançar os campos. Alguns anos mais tarde, um esforço humanitário levou para os EUA algumas destas crianças.
1993. Mamere e Theo são filhos do chefe de uma pequena aldeia no Sul do Sudão. Quando um ataque das milícias destrói toda a aldeia e lhes mata os pais, Theo é forçado a liderar um grupo de jovens sobreviventes e levá-los para um lugar seguro. Nesse árduo percurso, vão encontrando outras crianças em fuga. Entre elas está Jeremiah, de 13 anos, um rapaz inteligente e destemido que os ajuda a chegar com vida ao campo de refugiados de Kakuma, no Quénia. Anos mais tarde, Mamere, Theo e Jeremiah têm a oportunidade de deixar o campo e de se estabelecerem na América. Ao chegarem a Kansas City, no Missouri, são recebidos por Carrie Davis, que foi incumbida de os ajudar a retomar as suas vidas. Para ela, esta será uma oportunidade de perceber como a generosidade e o despojamento podem fazer realmente a diferença na vida de alguém.

quando me falaram do filme, e após ler a sinopse, recordo-me de ter comentado algo como "não sei se vou gostar, parece mais um filme à boa maneira americana, happy ending, a vida real não é assim!

em a boa mentira não há happy ending, não se vende o sonho americano, chega-se até, na minha opinião, a desconstrui-lo.
retratando uma das mais duras realidades de vida a que seres humanos podem estar expostos, a boa mentira mostra-nos como sob estas condições se forjam valores de enorme nobreza e se criam laços de infindável consistência. somos, assim, levados a reflectir sobre o quanto desvalorizamos o tanto que temos, e o quão fraca é a nossa capacidade de resistência perante os tão suaves contratempos que a vida nos coloca.

chamam-nos os meninos perdidos do sudão, mas nós não nos perdemos, nós encontramo-nos!
Jeremiah

retive esta fala, de um dos personagens menino perdido do sudão - interpretado por um verdadeiro refugiado sudanês-, julgo que resume a essência do filme. comparando a nossa realidade de vida com a dos refugiados do campo de concentração de kikuma, ou a de tantos outros sobreviventes de conflitos que assolam o seu lugar no mundo, percebemos o quanto faz sentido. apesar de termos o lugar onde pertencemos, a maioria parece andar perdida do que realmente importa. os valores morais, só eles podem traçar o caminho  para uma vida com sentido.
 

sexta-feira, 24 de abril de 2015

entre nós # 91 - spanish guitar

anos 90, a saga das músicas meloso-romântico-pirosas continua...
 
spanish guitar - toni braxton
 
esqueço coisas importantes, em contrapartida ainda sei esta letra de cor
 ME-DO :P
 
I sit out in the crowd
And close my eyes
Dream you're mine
But you don't know
You don't even know that I am there

I wish that I was in your arms
Like that Spanish guitar
And you would play me through the night
'Till the dawn
I wish you'd hold me in your arms
Like that Spanish guitar
All night long, all night long
I'd be your song, I'd be your song

quinta-feira, 23 de abril de 2015

dia mundial do livro

ler faz ver

 
e eu que hoje não me presenteei com nenhum livrinho :(

quarta-feira, 22 de abril de 2015

coisas encantadoras # 6

 
kiwi pássaro
 
 
pera matrioska

 
banana & maça caracol

 
ananás becas

 
fruta da paixão homer simpson

 
laranja peixe

 
melancia mundi ;)
o que seria da vida sem a cor que a arte da imaginação lhe dá?
da artista espanhola Sandra Suárez aqui

segunda-feira, 20 de abril de 2015

do livro que eu li - jesusalém


é o meu segundo livro do autor e o segundo encanto. mia couto tem a capacidade de pôr em prosa poética questões muito pertinentes da existência humana. escolhi duas citações que retratam as duas realidades que mais me marcaram nesta leitura.

"Para Silvestre o passado era uma doença e as lembranças um castigo. Ele queria morar no esquecimento. Ele queria viver longe da culpa."
pág. 256
 
"Ela traía-se a si mesma com alguém que não amava.
- Por que aceitamos tanto?
- Quem?
- Nós mulheres. Por que aceitamos tanto, tudo?
- Porque temos medo.
O nosso maior medo é a solidão. Uma mulher não pode existir sozinha, sob o risco de deixar de ser mulher. Ou se converte ... numa ou noutra coisa. ... Tudo menos mulher. ... neste mundo só somos alguém se formos esposa. É o que agora sou, mesmo sendo viúva. Sou a esposa de um morto."
pág. 257
 
mia couto in jesusalém

 
a primeira revela a essência do livro. jesusalém gira à volta de uma personagem que se quis fazer renascer longe de tudo, para assim se tentar libertar de todos os seus fantasmas. mas os fantasmas vivem em nós! ao tentar perder-se do mundo que o atormentava, perdeu-se de si, encontrou a loucura. esta é apenas uma das formas de fugir do que nos atormenta, talvez a menos consciente. há tantas outras que o ser humano foi obrigado a inventar (sim, porque ninguém escolhe as características com que veio ao mundo), a crença em entidades superiores, o uso de substâncias aditivas (com ou sem prescrição médica), pôr termo à vida, infernizar a vida de outros... infelizmente, a verdade é que, a tentar fugir de nós mesmos enfrentamos o risco de nos perdemos de viver!
 
a segunda fala de uma realidade que sempre me incomodou. mulheres que não sabem existir sem homens. e não estou a falar de sexo. falo de senhoras para quem ser mulher não tem sentido sem a presença de um homem. bússolas para quem o norte é sempre o género oposto. mulheres para quem a opinião de um homem é sempre mais válida que a sua, ou de qualquer outra mulher. mulheres que se definem, e se vivem em função deles. recentemente durante uma formação pedi às formandas que se apresentassem, o objectivo do curso é dar-lhe ferramentas extra para enfrentar o mundo de trabalho, surpreendi-me portanto, quando além do nome, recebi apenas informações sobre o estado civil. interroguei-me que importância tinha tal informação e porque não indicaram por ex. o nível de escolaridade ou as profissões que já tinham exercido! realizei que, ainda há muitas mulheres a não saber ser sem a presença de um homem... infelizmente, deixei de me espantar com elementos do género feminino que se anulam para agradar a quem não lhes dá nada em troca, nem tão pouco respeito. deixei de me espantar com vítimas caladas de violência física e psicológica dos companheiros. percebi que não é uma questão de educação, extracto social ou formação académica, é algo tão inerente à natureza das mulheres - de cada vez menos, acredito - quanto o machismo o é à natureza dos homens. a existência de um não será certamente alheia à de outro.

caixinha de música da canca ♫ 36 - believe (lyrics that sing me)

mumford & sons
 

sexta-feira, 17 de abril de 2015

entre nós # 90 - when a men loves a woman

os anos 90 foram fecundos em músicas meloso-romântico-pirosas, eu fui jovem moça - fecunda de sonhos - nos anos 90, não se espantem, por isso, se eu dizer que vibrava com whitney houston, michael bolton, mariah carey, celine dion, toni braxton, enrique iglesias (MEDO) e outros que agora não me ocorrem. e preparem-se vêm aí entre-nós carregadinhos de músicas que actualmente apelidamos de "para fazer bebés" - a mim fazem sentir já grávida, dada a náusea que ouvir algumas me causa. no entanto, sendo o objectivo desta rubrica partilhar músicas que marcaram a nossa vida, ides ter de levar com elas. revivei os sonhos e realidades... ;)
 
when a men loves a woman - michael bolton
 
 
juro que não vi este vídeo. a imagem do senhor a segurar a banana e o "se ela está brincando como se fosse u", assustaram-me. confesso, tive medo de melindrar os meus sonhos de adolescente :P

quinta-feira, 16 de abril de 2015

do filme que eu vi - josé e pilar



josé saramago dedicou-se de corpo e alma à escrita após os 60 anos, escreveu o último livro aos 84. depois dos 60 anos conheceu pilar del rio, a ela dedicou o que a partir de então escreveu. pilar del rio quis conhecer saramago após ler os livros que este até então publicara. passados cerca de dois anos casavam-se. talvez nada aconteça por acaso. talvez os acontecimentos das nossas vidas sejam moldados pela nossa forma de entender a realidade. pena nem todas as vidas terem o privilégio de ver a lucidez e sentir a intimidade partilhadas por josé e pilar.
 
josé e pilar mostra-nos dias na vida do casal, a forma como olham a realidade. pode parecer só um documentário cru do dia-a-dia do escritor e da mulher. mas, se conseguirmos pôr em prática as palavras do próprio saramago "se puderes olhar vê. se puderes ver repara." seremos capazes de interpretar o quão além das imagens vai a mensagem do documentário. 

na vida tudo tem o seu tempo. 
 
há um tempo de ler e um tempo de compreender. li muitos livros antes de os saber compreender. só assim sei explicar porque não me encantei ao primeiro livro - memorial do convento, aos 18 anos - com a escrita realista, na medida em que reflecte sobre a condição do ser e de ser humano, de josé saramago.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

o meu FCP ganhou, como estará o Pep?

se souberem que está precisado de apoio moral, não hesitem, digam-lhe que eu estou aqui! :P


 
 



josep guardiola

shit chat - conversas com berenice gustava # 1

eu: ...
má, má, má


bg: :D :D
qt mais me bates, mais eu gosto de ti
acho que há uma musica assim
:P

eu: n conheço, será da capicua?
mazoquista, aposto q já viste as 50 sombras tantas vezes q deste cabo do dvd!
"deste cabo" é lindo n é?
dás cabo de mim
uí se alguém me diz isso n sei o que posso fazer...
:P

bg: :D
é lindo sim

eu: um dia destes ouvi umas miúdas a utilizar a seguinte expressão: "ele anda-me sempre a galar"
MEDO
esta junventude está perdida

bg: queriamos nós ser galadas
:P

eu: isso é pq tu és da cidade e n estás bem a ver q galar
é o acto sexual das galinhas, em que o macho se coloca por cima da fémea
assim por trás

bg: ui ui

eu: 'tás a ver? ou vais perguntar ao homem da sachola?

bg: é melhor
ele é capaz de me fazer um desenho
e pelo menos as galinhas dele devem ter nome
:P

eu: LOL
sem dúvida, pq galar com indigentes é inadmissível
é coisa de roto

terça-feira, 14 de abril de 2015

caixinha de música da canca ♫ 35 - looking too closely

fink

socorro fui beijolada (e gostei), ou, por favor alguém me arranja colegas de trabalho menos malucas

fui manietada para que me pudessem beijar à força (mas, com meiguice), isto perante uma audiência de três elementos do género feminino e um masculino. é o que dá ter umas bochechas tão deliciosamente apetecíveis, ou isso, ou haver gente que confunde sumo de uva com groselha. :P

segunda-feira, 13 de abril de 2015

caixinha de música da canca ♫ 34 - fade out lines

the avener, phoebe killdeer
 
 
esta música deve vibrar no mesmo comprimento de onda que eu, não resisto à batida

partilhar é bom: blog with drama inspiration

há quem diga que eu levo as coisas demasiadamente a sério. sei que penso demasiado, ao que parece naquilo que não devia. mas será assim tão errado tentar perceber o que se passa à nossa volta? dar importância à repercussão que o nosso comportamento tem nos outros e vice-versa. penso ser lógico valorizar o que nos é importante.

tenho vindo a aperceber-me que  ando a diminuir o número de cabeças dos meus cavalos de batalha. contudo, ao escrever o post de ontem, veio-me à ideia que quem ler o blogue pode achar que eu sou uma dramma queen. não é verdade. mas, é verdade que só consigo escrever sobre situações que mexam emocionalmente comigo. drama makes me write. foi com o intuito de desabafar que criei o blogue, permitindo assim parar de bater no ceguinho (que é como quem diz: azucrinar os tímpanos de pessoas amigas). escrevo aqui o que me vai na alma (não sei porquê escrevi lama em vez de alma) e prontos fica arrumado, não falo mais no assunto (vá, tento não falar mais no assunto).

o blogue é uma espécie de catarse, por isso não se enganem, eu não sou uma drama queen, detesto o papel de vitima, e não sei nem quero aprender a pedinchar atenção por pena. o meu coração pode ser de manteiga, mas a minha carapaça é de diamante. sou, portanto, uma rapariga preciosa, e às vezes, em estando bem dispostinha (sem neura, vulgo, com os ansiolíticos em dia) até divertida e capaz de roubar sorrisos, risos, gargalhadas e outras coisas mais (só não digo quais porque outra das minhas inúmeras qualidades é a discrição). :P

domingo, 12 de abril de 2015

confiança: crença na retidão moral, no carácter e na lealdade de uma outra pessoa

ninguém é totalmente bom, nem totalmente mau. por mais que gostemos de alguém, é da natureza humana encontrar defeitos no outro. em alguns esta característica - o dom de apontar o dedo porque eu sou o dono da razão - é dominante, noutros é inexistente, noutros um meio-termo. julgo encaixar-me nos últimos, esforço-me por não valorizar o que acho menos bom, especialmente quando há algo de muito bom. o muito bom para mim chama-se lealdade.
 
perceber que aquele alguém em quem confiei plenamente, que esteve presente em muitos momentos difíceis da minha vida (dizem que é nessas alturas que se conhecem os amigos. dizem, eu costumava acreditar, começo a duvidar!) me foi desleal é deprimente. levanta o véu da descrença. como é que alguém, que nos é tão próximo (haverá proximidade maior que a confiança?), pode agir de forma tão leviana connosco?
 
para mim há uma ética das relações, algo que define a forma como me relaciono com os outros. nunca falei sobre isso com ninguém, sempre achei que era o lógico, e sempre julguei que as pessoas em quem aprendi a confiar (sim, porque a confiança vai-se construindo) seguiam os mesmos princípios. afinal estava errada.
 
não comento apesctos menos positivos da vida de ninguém a não ser com pessoas em quem confio, e quando digo confiar, quero dizer ter a certeza de que o privado partilhado assim se manterá. 
tenho uma espécie de hierarquia de confiança, definida pelo nível de similaridade entre a minha personalidade e a do outro. há aqueles com quem falo abertamente sobre tudo, porque sei que mesmo não concordando me vão ouvir tentando ver o meu lado. há aqueles com que só falo de determinados assuntos, porque sei que têm uma visão diferente da minha e  a vida não os ensinou a ver de outros ângulos. por aceitar e respeitar a sua maneira de ser aprendi existirem caminhos por onde não vale a pena ir.
ao apontar aspectos menos positivos não o faço (julgo) de uma forma negativa. faço-o argumentando sobre o porquê de achar determinado comportamento errado, tendo em conta a minha perspectiva da realidade. cada um vê com a mente que tem.

por me reger por estes princípios, pessoas que utilizam como tema de conversa, com fulanos, sicranos e beltranos,  situações de vidas alheias - melhor dizendo, interpretações levianas destas -,  das quais só tiveram conhecimento por lhes ter sido dada a partilhar da intimidade que só aos amigos se dá. pessoas assim causam-me uma enorme tristeza. só podem ser pessoas ocas de razão e vazias de sentimentos. 
 
ter confiado e defendido (de supostas calúnias) uma dessas pessoas, primeiro deixa-me profundamente desiludida. segundo leva a que me adjective de inocente, crente, burra, totózinha. terceiro, e à terceira é que é, faz-me perceber que a errada não sou eu por confiar. errado é fingir que se é amigo de alguém e trair a sua confiança. errado é ter sempre palavras amigas que são apenas frases feitas. errado é apontar o dedo ao outro para mascarar a nossa própria falta de carácter. errado é não saber aprender nada com o tempo que nos é dado para viver.

da minha distracção crónica # 29

andreia

desculpa ter apagado o texto, era só (mais) um rascunho que eu publiquei sem me dar conta. :/

post mais arranjadinho, dentro das minhas enormes limitações, logo depois deste. ;)

sexta-feira, 10 de abril de 2015

do filme que eu vi - a teoria de tudo

este é o blogue de alguém para quem o mais importante são os sentimentos. o respeito e a consideração que devemos uns aos outros na qualidade de seres iguais, e o amor, aquele sentimento especial que nos une a todos que nos são os nossos, familiares, amigos, aquele alguém.
 
amar aquele alguém (sem preconceitos e sem pré-requisitos) de forma pura e sincera, com e de verdade, não tem explicação. até podemos achar que são as características x ou y que mais nos atraem, e no fim de contas dar-mos por nós enamorados por uma pessoa que, não só as não possui, como é dona de outras que nos agradam muito pouco. isso não nos impede de amar. dizem que os opostos se atraem, dizem que o amor é cego, dizem... eu só digo que o amor, o verdadeiro, não tem explicação, não procura fins, exige apenas ser sentido e assumido, exige a coragem de ser vivido. não podem importar os nossos medos, nem as vozes de quem desconhece o que sentimos, tem de importar, acima de tudo, o bem querer de dois seres que se querem mais que tudo. e quando se quer a alguém mais que tudo (talvez até que a nós mesmos) cresce a disposição e aparece a força de enfrentar tudo e todos, derrubam-se todos os muros, escalam-se todas as montanhas.
 
 
inspirou-me a escrever estas palavras, Jane Wilde, a mulher protagonista da vida de quem nasceu o filme. quantos de nós seriamos capazes de amar com esta entrega? poucos, muito poucos! eu pessoa de sentimentos e de sinceridade, assumo, julgo não ser portadora de tal coragem. serei apenas mais uma a não saber amar sem preconceitos e sem pré-requisitos?! serei apenas mais uma a querer receber do amor mais do que estou disposta a dar?! talvez eu não fuja à regra, talvez Stephen Hawking tenha sido premiado com a excepção - aquilo a que poucos estão destinados - sentir-se amado incondicionalmente?! talvez, não sei, nunca fui pessoa de certezas.
 
há, no entanto, algo sobre o qual tenho poucas dúvidas, as mulheres são muito mais capazes de amar com e de verdade. olhem à vossa volta e vejam quantas mulheres jovens, bem apessoadas e inteligentes têm relacionamentos com homens mais velhos, homens com características físicas pouco agradáveis à vista, homens com problemas graves de saúde. eu olho e conto algumas. e não, não é por dinheiro ou porque procurem obter algum outro beneficio pessoal da relação, além de estarem com quem amam. e homens na mesma situação? eu não conto nenhum!

Para começar, gosto das mulheres. Acho que elas são mais fortes, mais sensíveis e que têm mais bom senso que os homens. Nem todas as mulheres do mundo são assim, mas digamos que é mais fácil encontrar qualidades humanas nelas do que no género masculino.
 
 José Saramago

talvez Pilar del Rio tenha sentido na pele o que é ser-se amado com e de verdade. José e Pilar é um dos próximos filmes a ver. 

entre nós # 89 - you and me

you and me - lifehouse

terça-feira, 7 de abril de 2015

caixinha de música da canca ♫ 33 - to love somebody

mazgani

quando os livros... # 14

O que a memória ama, fica eterno.

Adélia Prado
Mia Couto in Jesusalém, pág. 135

you don't know what it's like


às vezes pergunto-me o que queres de mim?
e respondo-me nada!
e é bom,
nada é pouco mais do quanto posso dar
e é mau,
tudo é muito menos do quanto desejo dar