não tenho escrito. falta de inspiração. não o posso considerar mau de todo, a minha escrita é (particularmente) movida pelo drama. assim sendo, a verdade é que não ter escrito está intimamente ligado com o encontro de alguma serenidade, aceitação, aprendizagem... um dia de cada vez, tirando partido das minhas possibilidades, desenfatizando, sem esquecer, as minhas diferenças e limitações. sou como sou, há coisas impossíveis de mudar, impossíveis de aceitar pacificamente, mas com as quais tenho de viver. se tenho de viver com elas, é necessário encontrar forma de convivência pacifica, a maioria dos dias pelo menos! de vez em quando há direito a um dia ou outro de mal comigo, com a vida e com o mundo, mas só de vez em quando. o resto dos dias é esforçar-me por olhar menos para mim e mais para tudo o que me rodeia.
todos os que passam na nossa vida são oportunidades de aprendizagem, neste processo sempre valorizei mais os que me magoaram. talvez por julgar terem sido eles a ensinar-me a reparar nas minhas qualidades, aquelas que eu não via porque não sabia olhar o que realmente importa. acho que alarguei horizontes, distribui mais uniformemente o foco entre o mau e o bom, e começo a perceber que quem nos quer bem também nos ajuda a crescer, com a vantagem de nos proporcionar bons momentos. parece-me que ocupar, com esses momentos, mais do tempo que deixo passar a pensar é algo que me tem feito escrever menos!
por muitas voltas que a vida dê, espero não esquecer que um dia pessoas minhas me disseram: - envelhecer não serve só para ficar mais velho. e - eu sempre quis que, conforme fosse envelhecendo, nunca ficasse "amarga". continuar o caminho sem esquecer. sem memória não há aprendizagem.
há contudo aprendizagens impossíveis, e entre elas estão a minha incapacidade de encontrar certezas e de escrever sobre qulaquer assunto na generalidade, e sobre sentimentos em particular. :P