ouvi falar deste livro numa das primeiras fases da minha vida em que achei a emoção estar a ter um peso maior que a razão. sabia-o, mas nada conseguia fazer, precisava descobrir o segredo que levaria o meu cérebro ao comando, pensei ter encontrado o caminho! era jovem... sabia tão pouco do ser humano e da vida! não o comprei na altura, mas manteve-se na minha wishlist, acabei por o comprar (certamente, em alguma promoção imperdível) há cerca de dois anos. este verão finalmente li-o.
como podem calcular é um livro científico, que em momento algum se propõe dar-nos ferramentas milagrosas para controlar a emoção e deixar a razão dominar, por assim ser desculpo-me antecipadamente pela opinião redutora que vou partilhar, é apenas e só a de uma leiga em neurociência.
António Damásio demonstra através do estudo do nosso elemento mais complexo - o cérebro - que emoção e razão não existem isoladamente, mas sim como parte de um todo, o nosso eu. o nosso cérebro não toma decisões per si, precisa da referência de um corpo para "sentir" o mundo e de um meio social para "construir" referências de actuação. para melhor compreendermos o livro o autor define os seguintes conceitos:
razão- capacidade de pensar e fazer inferências de um modo ordenado e lógico.
racionalidade- qualidade do pensamento e do comportamento que resulta da adaptação da razão a um contexto pessoal e social.
emoção - conjunto de alterações que ocorrem quer no corpo quer no cérebro e que normalmente é provocado por um determinado conteúdo mental.
sentimento - percepção das alterações associadas às emoções.
embora seja daquelas pessoas que tem a enorme tendência para considerar a emoção como algo de irracional, processado sabe-se lá em que parte de nós, foi impossível ao longo da leitura não ter a sensação que a teoria sustentada por Damásio é perfeitamente lógica e até da ordem do (meu) senso comum! exemplifica bem essa noção o trecho abaixo, o qual aborda um assunto que muitas vezes me ocupa a mente, e que parece ser invisível a muitos. seremos nós os responsáveis pelas nossas acções, ou o que somos é em grande medida definido pelas nossa carga genética? e se assim é até que ponto somos os reais responsáveis pelas nossas acções consideradas anormais?
A diferença entra as doenças do "cérebro" e "da mente", entre problemas "neurológicos" e "psicológicos" ou "psiquiátricos" é, infelizmente, uma herança cultural que ainda hoje marca a nossa sociedade e a medicina. Reflecte uma grande ignorância básica no que toca ao cérebro e à mente. As doenças cerebrais são encaradas como tragédias que atingem pessoas que não têm qualquer culpa pelo seu triste estado, enquanto as doenças mentais, sobretudo as que afectam a conduta e as emoções, são vistas como inconveniências sociais de que os próprios doentes são culpados. Os doentes são assim culpados pelas suas falhas de carácter, ou pelo deficiente controlo emocional. (pág. 72)
emoção e razão que conclusão? impossível, por enquanto, definir o que nos faz pensar e sentir de determinada forma, o segredo está quase certamente escondido no muito que há por saber sobre o nosso cérebro. sabemos no entanto que este só "pensa" em função das mensagens que o "sentir" do corpo lhe transmite, quando inserido em determinado ambiente.
Interessante!! ;) Uma leitura diferente! ;)
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Diferente, mas muito interessante. :)
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Eu ouvi falar deste livro quando estudei psicologia e embora ainda não o tenha lido, tenho imensa curiosidade em fazê-lo porque aborda um tema que gosto.
ResponderEliminarEu gostei, mesmo para uma leiga achei que vale a pena.
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Nunca li este livro, mas sempre tive imensa curiosidade em fazê-lo. Talvez o compre brevemente :)
ResponderEliminarr: Oh, que querida *.* muito obrigada!
Beijinhos*
Tem sempre presente que é um livro científico. ;)
EliminarBeijinhos*