Se tivessem acreditado na minha brincadeira de dizer verdades teriam ouvido as verdades que teimo em dizer a brincar, falei muitas vezes como um palhaço mas jamais duvidei da sinceridade da plateia que sorria. Charles Chaplin

Tornámo-nos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos. Antoine de Saint-Exupéry

A cabeça que se não volta para os horizontes sumidos não contém nem pensamento nem amor. Victor Hugo

Não importa o que fizeram connosco, importa o que fazemos com aquilo que nos fizeram. JP Sartre

domingo, 29 de dezembro de 2024

epifania 1 457 333

some of us have impossible dreams, such as absolutely sincere talks 

domingo, 22 de dezembro de 2024

abrir o presente para que fique no passado

 “não podemos controlar o modo como os outros se sentem em relação a nós”, disse-me um dia uma jovem amiga, e eu, que penso tanto, nunca tinha pensado em algo que se afigurou, naquele momento, tão simples, tão óbvio!

sou uma overhinker, procuro uma explicação para tudo…

acho que não sou overlover, sou generosa, não entendo o amor (seja ele do tipo que for) sem me importar com o outro, sem lhe querer bem e sem estar disposta a dar a minha atenção e o meu tempo para estar por perto, sobretudo nos momentos menos bons, ainda que seja só a ouvir, sem conselhos, sem soluções milagrosas… procuro entender, pôr-me no lugar do outro.

não sou de falsos moralismos, nem de superioridades. oiço muitas vezes sem concordar, mas também sem criticar, procuro o momento mais adequado e as palavras mais sensíveis para mostrar outras formas de ver a mesma realidade. erro, sou “agreste”, claro, sou só um ser humano…

peço desculpa com a mesma facilidade e coração cheio com que digo obrigada.

durante a maior parte da minha vida adulta faltou-me a autoestima, mas nunca me faltou o respeito por mim. posso não ser um ser humano, uma mulher, uma profissional incrivelmente boa, mas sempre dei o meu melhor, e se assim é não admito a ninguém que me diminua por pura maldade, egoísmo, insegurança ou seja o que for.

nunca impus a minha presença na vida de ninguém, só fico onde me querem, e onde me fazem sentir querida. não aceito migalhas, nem me acomodo a lugares onde me querem moldar ao tamanho do pouco que têm para me oferecer.

fisicamente afasto-me, com aparente facilidade, dessas pessoas, mas tenho dificuldade em desligar-me emocionalmente. passo horas em claro a pensar no porquê de tanto apego, encontro muitas explicações, talvez muitas delas sejam puro engano, tentativas de mascarar o meu masoquismo!

“não podemos controlar o modo como os outros se sentem em relação a nós”, mas como é que alguém que me foi tão próximo, com quem partilhei o meu sentimento de inferioridade, os meus medos e inseguranças, alguém perante quem me deixei vulnerável ao expor os meus sentimentos, alguém perante quem sempre pus de lado o que eu queria para dizer e fazer o que era correcto. como é que alguém com quem sempre fui incondicionalmente sincera pode pensar que eu seria capaz de o agredir dizendo-lhe que sou muito mais inteligente e sensível, recusando-me a estar lá para o ouvir, como? “não podemos controlar o modo como os outros se sentem em relação a nós”

não quero, preciso ou aceito desculpas de frete. prefiro a raiva sentida que o arrependimento a pedido, para agradar…

eu só queria contar-te o que se passou comigo…

tu tens vida, eu também. as minhas acções sempre demonstraram o quanto eu respeito a tua vida feliz. aprendi a aceitar que a nossa amizade era (quase) unilateral, nunca deixei de estar lá para ti quando precisavas, mesmo sabendo que se eu precisasse tinha horários a cumprir. se as regras mudaram foste tu que as mudaste, foste tu que me procuraste fora do horário em que éramos amigos, dentro do horário da tua vida. eu não forcei nada, foste tu que me procuraste, eu só fui eu, e estive lá para ti, nunca esperei nada em troca, só quis ajudar porque gostava de ti, porque me importava…

aceito (quase) sem dificuldade que o tamanho do quanto eu gosto de ti é muito maior que seja lá o que for que te liga a mim. não aceito que me uses, não sou a mota que tiras da garagem quando não te apetece andar de carro. sou uma pessoa, disse-te algumas (muitas, talvez demais) vezes que ser sincero é diferente de ser burro, que gostar é querer bem, que dizer o que se pensa não é atacar quem pensa de maneira diferente. agradeci-te tantas vezes pela ajuda que, sem saber, me deste para trilhar o caminho do amor próprio. pedi-te desculpa pelo que sentia e dizia, por não ter tido coragem de te defender, por ser chata, maluca.

e tu achas que eu me julgo superior, “não podemos controlar o modo como os outros se sentem em relação a nós”!

julgas que me agrides-me atirando-me à cara a tua vida feliz. enganas-te, a felicidade das pessoas que eu amo nunca me fez sentir mal. não sabes, nem podes imaginar, que cada vez que pensava em ti e sabia que estavas na tua vida, o meu desejo era que cada pensamento meu fosse um momento de felicidade teu.

magoou-me profundamente a tua indiferença, magoou-me ao ponto de abalar a minha autoconfiança. tirou-me horas de sono a procura de uma explicação para o teu comportamento. encontrei explicações que só aumentaram o tamanho da minha mágoa. tinhas-me usado e estavas a descartar-me, eras um egoísta igual a outros que passaram na minha vida e confundiram a minha sinceridade e generosidade com burrice, estavas incomodado com o facto de eu estar a atravessar uma fase boa, estar com confiança e a partilhar contigo as minhas vitórias, eras uma besta insensível que só queria o meu apoio, mas não era capaz de perder uns segundos da sua vida para estar lá para mim.

talvez tenha sido uma semana de massacre com estas ideias na cabeça, a tentar convencer-me do que me diziam, que eras um egoísta e que pessoas assim não fazem falta na nossa vida, que não merecias a minha amizade…

e um dia, do nada, uma outra explicação assaltou-me! medo, a tua indiferença era medo, tu tens medo de mim! medo de ouvir o que eu poderia dizer (medo de perceber que eu tenho razão), medo que eu te expusesse perante as tuas novas colegas. foi o medo, e não a indiferença, que fez com que não tivesses coragem de olhar na minha cara, foi ele que te fez preferir sentar ao meu lado, em vez de à minha frente, assim não tinhas de sentir o que o meu rosto iria mostrar!

se esta for a explicação certa para o teu comportamento, não é de mim que tens medo, é de ti!

eu tenho coragem de não ser o que os outros querem, de dizer o que penso, de me expor, tu tens vida!

que sejas muito feliz na tua vida.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

o amigo imaginário

perder fisicamente uma pessoa que amamos é, sem sombra de dúvida, a dor mais dilacerante que já experienciei. é uma dor do tamanho do vazio que a ausência da pessoa deixa em nós. nada mais pode ser partilhado.

depois há a dor de perder alguém emocionalmente. dói diferente e atinge-nos de diferentes formas. dói perceber o engano, tomar consciência que nunca fomos importantes. dói perceber que a nossa ausência não deixa vazio, porque vazias eram as emoções que um dia nos ligaram àquela pessoa. 
os amigos imaginários existem, são aqueles a quem oferecemos um lugar no nosso coração, mas para quem nunca significamos mais que a utilidade do momento. os amigos imaginários existem e dói perde-los, não só porque nos confrontamos com a nossa ausência de importância na vida real do outro, mas também porque percebemos que ainda somos (crianças) inocentes ao ponto de acreditar numa ilusão! ilusão que agora nos esbofeteia na realidade! 

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

sinto-me muito orgulhosa de mim (was it you or was it always me?)

consegui algo que nunca sonhei ser capaz!
a insegurança que se apoderava de mim e me fazia sentir que não era suficientemente boa em nada, parece ter-me dado tréguas!
nunca em.momento algum da minha vida adulta fui capaz de me olhar sem o excesso de exigência com que me olho agora!
eu sou capaz, eu tenho qualidades, eu sou boa em muito do que faço e com as pessoas a quem me dou
this fucking feels good!
(guess you brought out the best of me! sadly you are not able to share my joy. hope some day you'll feel the beauty of sharing someone's joy just because that person matters, even if you're not gonna get any emocional return with it! that's called friendship, and it's the most generous kind of love.)

sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

missing you my Blue

primeiro dia que acordo e não estás aqui,
eu quero o meu Blue 😭😭 
ninguém podia saber que íamos ser tão importantes na vida um do outro, quando nos cruzavamos e eu te destestava, eu que adoro todos os cães 
eu era a tua pessoa especial, foi comigo que curaste o stress de perder o teu mundo
nunca soube o que querias quando passavas a tua patinha em nós se nos sentassemos ao teu lado!
eu era tão especial para ti que sentir o meu cheiro, mesmo quando eu já não vinha no meu antigo  carro, te fazia ter a reação sinal de "ela chegou, chegou a minha pessoa especial"
as tuas coulottes naturais deram nome à diaba que eu trouxe para casa na esperança de ter mais Bluzinhos 😞, desculpa 
nos teus últimos dias, em que ainda andavas, os teus passos eram para me seguir, a tua pessoa especial
tenho saudades meu Blue, muitas

sábado, 30 de novembro de 2024

o furto da identidade civil e uma nova identidade emocional

furtaram-me os documentos

fui tirar novo CC julgando que se tratava da mera formalidade de pedir um novo, tive de "refazer" a minha identidade civil

o meu cabelo apresentava-se como a juba de um leão, o meu queixo com acne senil em estado papulopostuloso e entre as minhas sobrancelhas avistava-se o desfiladeiro do Grande Canyon 

uí, tenho de tirar foto, não estava preparada, digo à funcionária do registo enquanto tento domar a juba
pode vir outro dia, responde ela
estava a brincar, digo eu, enquanto me coloco em frente à máquina que haveria de captar a minha identidade

foto tirada, juba check, acne senil check, grand canyon check 
está bem?, pergunta a funcionária, e eu respondo, está, sou eu!

e como por magia ali estava eu, em frente ao reflexo de uma mulher cheia de imperfeições, a aceitar-me sem me importar 

no dia seguinte, dedicado a pensar nos outros, noite caída, deitada para dormir dei conta que não tinha tomado nem o ansiolítico, nem o antidepressivo, e a sensação que tomava conta de mim não era a ansiedade, nem os pensamentos autodestrutivos, muito pelo contrário, eu sentia-me confiante, orgulhosa do ser humano em que me tornei e, sem esquecer quem perdi, feliz, de bem comigo e até com o mundo, dormi 

manhã seguinte, em chamada telefónica, contei o sucedido durante a noite e, fazendo uso do meu tom irónico e teatral, disse, tu não eras assim mcp, estás muito mudada!
a pessoa do outro lado responde, quem foi que te mudou mcp?
ouvida a pergunta, o meu cérebro percebe que, quem fazia a pergunta era, sem saber, o responsável por esta mudança
não lho disse

o furto da minha identidade civil fez-me perceber o porquê daquela pessoa ser tão especial para mim, ele deu-me uma nova identidade emocional

custou-me muito aceitar a atração que sentia por ele, não temos nada a ver um com o outro e ele tem a vida dele, eu sempre soube que não havia hipótese de sermos mais que amigos, mas algo dentro de mim sentiu, muito antes que eu conseguisse, ou pudesse saber, que aquela pessoa era muito especial

algo de inexplicável fez com que me enamora-se por aquele que haveria de ser o responsável por eu me amar (com todos os meus defeitos visíveis) e sentir confiante 

eu só quero que ele seja feliz, porque fazer alguém amar-se é o melhor presente que alguém nos pode dar

obrigada 🧡 

sábado, 14 de setembro de 2024

food addiction 😋😅

sabes que tens um problema com comida quando:

- comes uma fatia dos restos de bolo que estão no frigorífico do trabalho!
- tomas o pequeno almoço e tens vontade de debicar massa do jantar do dia anterior!

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

back to being me

não é fácil viver na nossa pele quando o maior inimigo é a nossa cabeça. adiei até ao limite voltar a tomar o antidepressivo, o limite chegou há poucos minutos quando me dei conta que os meus pensamentos autodestrutivos não me iam dar tréguas

low bat

esperamos que quem nos é próximo nos conheça e surpreendemo-nos quando alguém com quem apenas mantemos relações de circunstância repara que estamos sem a energia habitual!

quem manda? quem não sabe. um dejà vu autoritário

adoro quando as pessoas respondem com mentiras descaradas e arrogância na tentativa de ocultar o facto de lhes estar a chamar a atençāo para falhas. falhar é normal não querer melhorar não!

não gosto da angústia mas ela gosta de mim

é complicado viver não sabendo como nos vamos sentir no momento seguinte
talvez seja por isso que não gosto de montanhas russas lembram-me os altos e baixos das minhas emoções

uma aspirante e um doutor do volante cegam o caminho da luz

às vezes a autoconfiança alheia esbarra em mim e chego à conclusão que a exacerbação dos sentimentos bons pode cegar na mesma medida que a exacerbação dos sentimentos maus! 
a primeira encadeia pelo execesso de brilho a segunda tolda pela escuridão!

que bom deve ser viver na redoma de uma cegueira selectiva que apenas nos deixa ver o quão incríveis somos!

a minha cegueira selectiva só me deixa ver as minhas incapacidades e inconseguimentos e impede-me de me julgar superior rotulando negativamente (a torto e a direito) quem não pensa como eu! a minha cabeça é o meu inferno quem me dera ter vindo com o modelo paraíso!

quarta-feira, 11 de setembro de 2024

sobre medos que se agigantam!

eu acho que sou insuficientemente boa em tudo o que faço, todos são melhores que eu, eu sou diferente, limitada, e às vezes esse sentimento de diferença atinge-me de uma forma que quase me paralisa
um medo enorme, de não ser capaz, de não estar à altura, de me expor e ser ridícula, apodera-se de mim e traz consigo a insegurança que me aperta o peito e me deixa hiper ansiosa
a ansiedade impede a concentração e eu convenço-me ainda mais que sou diferente, incapaz, não estou à altura do que me é expectável e exigível
é um ciclo autodestrutivo que racionalmente sou capaz de descrever e refutar, mas do qual não consigo sair sem ajuda medicamentosa
este medo de ser diferente, e de assim ser vista pelos outros, tem tido consequências destruitivas na minha vida, contudo acho que também é ele que me faz olhar para os outros com a enorme generosidade de os querer aceitar nas suas diferenças, para que não sofram as dores do julgamento alheio como eu sofro as do autojulgamento 

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

mais uma epifania!

quando me cortam as asas escrevo, porque escrever é voar de pés assentes na terra!

da intolerância dos que pregam tolerância

quem acredita num deus vê como ofensa que se diga abertamente que não se acredita!
por que é que temos de aceitar uma crença e não a podemos pôr em causa, sendo que como crença não assenta em nada material, e os crentes não têm de aceitar que nos cinjamos ao que é real?
chama-se intolerância, arrogância, sentimentos muito comuns entre os que crêem num deus!
se querem ser aceites deviam aprender a aceitação, infelizmente as religiões nunca geraram aproximação, a história mostra, a quem quiser ver, o rastro de destruição que deixaram e continuam a deixar!
felizmente princípios morais não têm nada a ver com religião!

domingo, 8 de setembro de 2024

reprodução em sentido literal e figurado

certamente há homens a sentirem-se atraídos pelo intelectuo de mulheres e que reprimem os sentimentos porque elas não são bonitas, ou magras, ou jovens, ou férteis, ou ricas, ou recatadas no vestir e no pensar, ou qualquer outra merda pela qual a sociedade (ocidental patriarcal) diz que um homem se deve sentir atraído
nessa situação a vítima não é só a mulher, não é só sobre ela que recaí o ónus de ser como os outros ditam que seja
infelizmente há muitas mulheres a pensar e a educar os filhos para perpetuarem os grilhões deste preconceito 
a racionalidade do ser humano inverteu o papel dos sexos na natureza e faz com que seja a fémea a tentar atrair o macho
milhares de anos após sairmos das cavernas não há dúvida que continuarmos a viver em função da reprodução, contudo julgamo-nos tão diferentes das outras espécies de seres vivos...


sexta-feira, 6 de setembro de 2024

o desejo não tem medidas!

há muitos seres humanos a acreditar que o desejo masculino (heterossexual) é despertado por roupas justas e partes do corpo expostas. e é certo assim acontecer, contudo, isso não pode retirar às mulheres a liberdade de se vestirem como bem entenderem. 
o desejo é um instinto, logo, não havendo reciprocidade, se alguém o sente tem de se controlar. esse é o traço característico da racionalidade!
lamentavelmente ainda há um caminho longo a percorrer até os seres humanos perceberem que uma mulher é muito mais que um corpo, ainda assim  é perfeitamente legítimo que ela o mostre, e, se assim o entender, viva emocional e economicamente à custa da sua imagem.

por outro lado, fico triste pelos seres humanos que assim não o entendem, sobretudo se forem mulheres! por certo não sabem que é possível e o quão mágico é sentir-se contagiada pelo desejo do outro sem provocações físicas, sem os corpos se tocarem e sem os olhos se encontrarem!

terça-feira, 27 de agosto de 2024

duvido de certezas, acredito em interrogações!

às vezes questiono-me se há algo de errado em sermos sinceros com as pessoas em quem confiamos!

parece-me óbvio que não, aliás não vejo outra forma correcta de agir! mas a vida dá tantas voltas que onde antes estava uma pessoa em quem confiávamos agora está uma interrogação e isso cria-me dúvidas!

acho que a minha única certeza vai ser sempre que eu sou uma pessoa de muitas dúvidas e poucas certezas!

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

as cores do sorriso como medidores de distância sentimental, uma reflexão sobre o conforto no desconto!

silêncios confortáveis e sorrisos desconfortáveis (o contrário de silêncios desconfortáveis e sorrisos que confortam)

na tentativa de encontrar uma explicação para o que sinto, cheguei à conclusão (tão provisória como alguns sentimentos) que me atrai o conforto emocional proporcionado pelo outro!

esse conforto reconfortante, que sentimos junto de algumas pessoas, não se explica é uma conexão (o telemóvel sugeriu vibe, muito moderno este meu equipamento electrónico)!

a merda é que estas conexões emocionais ou vibes enganan-nos como o raio, porque sendo percepções individuais, somos nós a pintar o outro das que cores que mais alegram a nossa tela!

a sorte é a tela da vida ser feita para sobrepor camadas e camadas da tinta dos nossos dias!

talvez eu tenha visto muita cor onde só havia preto e branco, nesses dias o silêncio não tinha lugar e o riso enchia a minha tela de cor, das cores fortes que eu tanto gosto!

a indiferença veio dar uma pincelada de realidade preta e branca na minha tela, acho que aprendi a aceitar estas cores, com elas o silêncio enche o espaço de tal maneira que o sorriso sente desconforto por espalhar salpicos de cores fortes pela tela...

eu gosto de sorrir na mesma medida em que não gosto impor a minha presença, acho que há pessoas que se sentem confortáveis por me fazer sorrir, mas não gostam da cores vibrantes que espalho nas suas telas, assim fica difícil porque sou obrigado a sorrir a preto e branco e isso é desconfortável!




we all dress eachother with our thoughts!

a minha intuição é incrível para coisas parvas, ou strange things happen in therms of dressing, que é como quem diz, sou boa a despir a mente no que toca a vestir o corpo!


segunda-feira, 19 de agosto de 2024

funny stuff about me!

eu respondo a letras de músicas, contrario-as para elas não pensarem que sabem os porquês e os comos do que eu sinto! pq às vezes parece que sabem demais 😅
e isso lembra-me a maravilhosa música dos Fugees - killing me softly with his song 

And there he was
This young boy, stranger to my eyes

Strumming my pain with his fingers
Singing my life with his words
Killing me softly with his song
Killing me softly with his song
Telling my whole life with his words
Killing me softly with his song

I felt all flushed with fever
Embarrassed by the crowd
I felt he found my letters
Then read each one out loud
I prayed that he would finish
But he just kept right on

Strumming my pain with his fingers (One time, one time)
Singing my life with his words (Two times, two times)
Killing me softly with his song
Killing me softly with his song
Telling my whole life with his words
Killing me softly with his song

certamente já se passaram 20 anos desde o lançamento, e agora ao lê-la acabo de lhe descobrir um novo significado! a música é sem dúvida das melhores criações do ser humano.

terça-feira, 13 de agosto de 2024

talking to myself

as viagens para e do trabalho têm muitos modos, reflexão, desespero, boa disposição... 

quase dois meses sem antidepressivo, dois meses a descobrir como é estar de bem comigo: 
a não reagir a quente a algo que me tiraria do sério, descobrir o mood não me vou incomodar com isso, há-de resolver-se, e seguir sem aquela situação a bombardear-me a cabeça e a deixar-me un petit peau fou
a gostar de fazer coisas sozinha, estar bem e andar bem só, aceitar que tenho gostos diferentes das minhas pessoas e que isso é perfeitamente normal e não me pode impedir de ir onde quero. sentir que onde antes havia medos (sozinha não vou) pode haver entusiasmo (vou sozinha, vai se uma experiência boa);
a olhar para mim e gostar do que vejo, da minha aparência. esta foi a de mais difícil interiorização! sentia-me um pouco tontita, fútil! mas, um dia ao olhar para uma foto da minha cara (com quem eu sempre tive uma relação muito difícil) e a achar-me bonita (hard do say) percebi que a beleza que eu agora vejo não está nos traços do meu rosto, tem antes a ver com um brilho que emanava dele, e esse só existe porque me sentia leve e de bem comigo 

tudo se relaciona, efectivamente, com o nosso estado de espírito, o que vai na nossa mente! antes, mesmo nos meus momentos felizes eu tinha sempre uma nuvem interna a assombrar-me. talvez uma pequena nuvem já viesse de origem, mas a infância feliz não a deixou fazer sombras, com o início da idade adulta a nuvem cresceu e começou a ensombrar mais e mais cada vivência minha;
o antidepressivo desfez a nuvem e passados dois anos de toma, vivi dois meses como se a minha mente tivesse sido sempre ensolarada!

ontem na viagem de regresso a casa senti que a nuvem estava lá, sentia o seu peso. e assim foi, começou uma tristeza súbita, um desencanto com a vida, pensamentos negativos, vontade de ficar a hiperpensar cosias más, pouca tolerância a comportamentos de pessoas a quem normalmente tolero muito, o incómodo em ouvir pessoas a falar e a hipersensibilidade aos sons. um peso na cabeça que me faz querer estar só, me leva para a cama e faz com que as refeições não se façam!
há muito não me sentia assim, não quero voltar a ser assim! já andava a interrogar-me quanto tempo conseguiria estar bem sem o antidepressivo, parece que dois meses é o meu tempo de vida limpa!

o que mais me incomoda é que não houve um gatilho, algo a que eu possa atribuir esta mudança, foi repentina, estive todo o dia bem e do nada quando entrei no carro para sair do trabalho já sentia o peso da mudança que aí vinha!


sexta-feira, 9 de agosto de 2024

as palavras que eu nunca te direi não se escrevem em garrafas para atirar ao mar, escrevem-se num blogue e caem na rede

obrigada, mais uma vez obrigada,
por me fazeres ver que, na tua perspetiva,
o meu coração sempre disposto a ajudar
a minha vontade e capacidade de me colocar no lugar do outro e tentar entender antes de julgar
o meu prazer em ver os outros bem, ainda que à custa de dores pessoais
a minha vontade de não esconder nada, de ser o mais sincera possível, de não criar ilusões sobre o que sou
tudo isso pouco importa (para ti) perante a beleza física!
é perfeitamente legítimo pensar assim, nós não escolhemos o que nos encanta (mas o que nos encanta diz muito sobre nós)
ainda assim, paradoxalmente, se não fosses tu eu não teria procurado a ajuda que me fez olhar no espelho e ver beleza física!
não te vou dizer o quão estranho é sentir-me assim, foram muitos anos a não gostar do que via, não sei lidar muito bem com esta mudança de perspectiva...
é tão difícil como aceitar um elogio, com a diferença que posso sempre pensar o elogio é falso, mas é complicado pensar que a minha própria mente me está a enganar!
se bem que, possivelmente está, porque andou este anos todos a não ver beleza numa jovem e começou a vê-la quando as marcas do tempo se fazem notar!
curioso como, na minha vida, têm sido as pessoas que não gostam de mim (na mesma medida ou pelas mesmas razões que eu gosto delas) a fazer-me ver a pessoa e a mulher linda que eu sou (custa-me imenso ouvir-me elogiar o meu aspecto físico, é mesmo, mesmo muito estranho - talvez porque não consiga desligar-me da ideia de quão fútil isso é)
eu gostava de ser mais simples, só que não seria eu!



quinta-feira, 8 de agosto de 2024

we are not what others want us to be!

You know I'm impatient

Listen to me, I took your nice words of advice
'Cause I'm too messy and then I'm too fucking cleanAnd I'm too perfect 'til I open my big mouthI want to be me, is that not allowed?And I'm too clever and then I'm too fucking dumbAnd I'm too perfect 'til I show you that I'm notA thousand people I could be for you and you hate the fucking lotYou hate the fucking lotYou hate the fucking lot
Oh, and I'm too messy and then I'm too fucking cleanAnd I'm too perfect 'til I open my big mouthI want to be me, is that not allowed?And I'm too clever and then I'm too fucking dumbAnd I'm too perfect 'til I show you that I'm notA thousand people I could be for you and you hate the fucking lotYou hate the fucking lotYou hate the fucking lotYou hate the fucking lotYou hate the fucking lot


messy - lola young



músicas que cantam o que (já) contamos! do tempo em que quem me chamava livro aberto não (me) queria saber ler.

quinta-feira, 1 de agosto de 2024

o tempo é composto de mudança!

Eu quero que os meus dias não tenham veneno
Quero que os teus olhos riam sempre comigo
Eu não quero ter coisas que eu não viva
Vou ganhar coragem para aceitar a mudança

segunda-feira, 29 de julho de 2024

superior(só em)idade

cada vez que eu olho para ti com um olhar doce e vejo uma pessoa mais sensata, mais serena, alguém a quem a felicidade faz bem e que não usa a sorte para se arrogar superior, e até tenho vontade de ti dizer, tu tens um surto à conta da tua dificuldade em aceitar que ter opiniões diferentes e defendê-las não tem nada a ver com querermos demonstrar a nossa superiodade moral, intelectual ou outra que seja...

quando a vida não nos é tão doce, quando olhamos ao espelho e não amámos o que vemos, alguns de nós aprendem a querer abraçar todos os outros a quem a sociedade põe rótulos de "menos atraentes"!

não sei quem eu seria capaz de amar ou não, mas não excluo à partida ninguém pela sua aparência, e acho feio que o façam!

isso faz de mim superior? não, de todo, mostra apenas que eu gosto de pessoas e não de peças de carne! quando quero comer carne vou ao talho e sou livre de escolher o que quero pagar para...

onde devo ir procurar o amor, (infelizmente e ao contrário de ti), não sei, porque o amor sempre me aconteceu sem razões que o olhar possa explicar!

posso não ser tão feliz como tu, mas não quero ser de outra maneira, porque, independentemente do que os olhos dos outros vêem, sou uma pessoa boa e para mim não há beleza maior que essa!

quinta-feira, 25 de julho de 2024

ino(n)sense

how could I believe such a nonsense? how come so many hopes could get through all my resistance?
so much wondering to get to the point I always knew I should never have leaved!

sometimes I wish for simple surprises.. all those times I end up wishing I could simply stop wishing...

conversas com pessoas que têm certezas!

não, nem toda a gente gosta de ouvir elogios!
há quem não se sinta à altura das palavras que lhe dirigem, chama-se insegurança, baixa-autoestima, falta de confiança e eu sei lá que mais outras possibilidades...

segunda-feira, 22 de julho de 2024

coisas do dia em que comi um (corneto) Brigadeiro (e fiquei muito satisfeita com a patente)

consegui superar um dos meus tiques de TOC: coloquei o volume do som do rádio em valor ímpar! mas continuei a subir ou descer o volume de dois em dois 😅 Roma e Pavia não se fizeram num dia!

dizer(es) o nome disse tudo: dormi, ou melhor quase não dormi, com medo de me ter exposto demais, what a crazy I am, nunca ficamos expostos quando o outro não nos procura ver! quando assim é estar perto é igual a estar longe. não vale a pena ter medo, a distância não se mede (pela proximidade corpos) sente-se no olhar. 

quinta-feira, 18 de julho de 2024

epifanias de hoje

estou a apaixonar-me por Espanha! que país com lugares liiiiindos.

sou demasiado passional na reacção a atitudes alheias. só me faz mal, preciso retirar calor do meu vulcão, desativar a minha mina, stop being a trouble maker 😅

segunda-feira, 15 de julho de 2024

never again, please

quando a distância é um lugar seguro, a saudade deixa de aparecer, e a mente só a quer manter!


domingo, 14 de julho de 2024

feeling blue

menos de 24 horas para regressar ao trabalho!

já começo a sentir o cansaço mental causado pelo que tenho de fazer e que não deveria ser necessário!

foram duas semanas sem antidepressivo!

não é o trabalho que nos faz mal, são os maus profissionais...

quarta-feira, 10 de julho de 2024

do passar do tempo...

a ideia que sou diferente, que sou "errada", vive há muito encrustrada em mim.

essas diferenças, que os outros não vêem, fizeram-me criar sonhos muito próprios.

eu só queria ser normal e fazer o que os outros fazem.

os meus sonhos eram as coisas simples dos outros.

um dia destes, enquanto fazia uma dessas coisas, dei-me conta que estava a realizar um sonho, e já o tinha feito outras vezes.

só então percebi uma das razões que me faziam sentir inferior! 

vivemos numa sociedade que, ao invés de valorizar as diferenças entre seres humanos como algo natural, nos exige que sejamos todos iguais, como salsichas a sair de uma linha de produção.

a economia há muito dominou a humanidade, deixando um rasto de bonecos vazios ou seres humanos insatisfeitos!

eu sou diferente, não sou uma coisa que se molda à medida da procura.

foi um caminho duro até eu perceber isto!

sábado, 29 de junho de 2024

inexplicável(mente fácil de explicar)

aos teus olhos eu sou inefável, insubstituível, inteligente, interessante, divertida, generosa e toda uma série de outras coisas que me fariam apaixonar, and yet you don't love me...

aos meus olhos tu és básico, rústico, medieval e adoras futebol, toda uma série de coisas que nunca me fariam apaixonar, and yet I love you...

eu que procuro uma explicação para tudo descobri que o amor é inexplicável, ainda assim posso dizer que me encanta a tua simplicidade, verdade, certezas da idade, a vontade e capacidade de me tirar do sério e de me fazer sorrir, a confiança cega que me transmites, a leveza que me dás para ser chata, maluca, irritante e insistentemente parva (eu sou um passarinho que voa leve e solto quando estou à tua beira)...

eu amo-te e isso não tem de ser explicado
eu quero muito que continues a sorrir (com esses dentes que eu um dia achei horríveis) e que os teus olhos brilhem a iluminar-te o rosto como naquele dia de agosto em que regressaste de férias e eu te disse "que cara de felicidade"

obrigada por todas as maluquices que me aturaste, por me teres feito procurar ajuda, por me fazeres olhar-me com outros olhos...

haveria maneira de eu não me ter encantado? só se fosse uma insensível como alguns sacaninhas que andam por aí!

obrigada 🧡

quinta-feira, 27 de junho de 2024

subtileza(s)

parar perante 
a beleza das flores
hidrangeas ou um trio de pequenas rosas!

(re)parar, dar conta é tão encantador como a beleza de uma flor!

quarta-feira, 26 de junho de 2024

"QUE VONTADE"

NIIIIKE! ✔️

terça-feira, 25 de junho de 2024

ser(e)nata!

há momentos em que existir é doce!

segunda-feira, 24 de junho de 2024

barba(r)idades

gosto (de ti) de qualquer maneira!

terça-feira, 19 de março de 2024

epifanias de uma depressiva medicada!

um dia destes, alguém que tinha conhecido há pouco, olhou-me nos olhos e... eu antecipei o comentário:
- sim, sou estrábica!
- não! que olhos lindos!
- menos, um bocadinho menos! foi a minha resposta, enquanto pensava que aquela técnica é muito antiga e péssima para usar com estrábicas!

uns dias depois dei por mim a olhar no espelho e achar que os meus olhos são bonitos e que talvez não tenha sido a primeira vez que mo disseram! eu é que não sabia acreditar!

a minha depressão assentava na minha baixa autoestima e na única maneira como, desde a idade adulta, aprendi a super valorizar as minhas diferenças a que sempre chamei defeitos.. 

o antidepressivo mudou a essa maneira excessivamente depreciativa como me via, e o nível de exigência inalcançável a que me submetia...

sou uma pessoa, a beleza é subjectivas, a subjectividade está na nossa cabeça!