Se tivessem acreditado na minha brincadeira de dizer verdades teriam ouvido as verdades que teimo em dizer a brincar, falei muitas vezes como um palhaço mas jamais duvidei da sinceridade da plateia que sorria. Charles Chaplin
Tornámo-nos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos. Antoine de Saint-Exupéry
A cabeça que se não volta para os horizontes sumidos não contém nem pensamento nem amor. Victor Hugo
Não importa o que fizeram connosco, importa o que fazemos com aquilo que nos fizeram. JP Sartre
We have our lives to bear Our bags to burden But we just buy and we wear The plastic version of Love, hope, understanding But we can't survive on candy
Um livro que fala de emoção com a voz da razão. A importância das relações familiares na formação da personalidade. O amor, a liberdade, e a transmissão de saber como força maior de um vínculo afectivo. Um pai amado por saber ser pai, um pai amado por lutar pelos seus ideais. Partilhando connosco a história da sua família, e do seu crescimento, profundamente marcado pela figura paternal, o autor partilha também um período da história civil Colombiana, décadas de 60 a 80. Héctor Abad Gómez, o pai, o cidadão activo na luta por melhores condições de vida no seu país, a vida ceifada por um regime fechado e intolerante. Somos o Esquecimento que Seremos uma sentida e merecida homenagem, um livro escrito com alma, de pés bem assentes no terra.
... também há que dizer que as tragédias posteriores não devem embaciar as recordações felizes, ou tingi-las de desgraça, como, por vezes, sucede a alguns temperamentos doentes de ressentimento em relação ao mundo que, por causa de episódios posteriores injustos ou muito tristes apagam o passado, mesmo os indubitáveis períodos de alegria e plenitude. Entendo que factos futuros não devem contaminar com amargura os anos felizes.
Héctor Abad FaciolinceinSomos o Esquecimento que Seremos, pág.s 153/154
apareceram sardas; nasceu o primeiro siso e o segundo parece vir a caminho; estão-se a tapar os furos das orelhas, ontem quase as arrancava ao tirar os brincos, tal é a velocidade a que os ditos orifícios se querem fechar...
desde criança que os livros me fascinam, uma das recordações bem vivas da infância é a vontade de absorver o conteúdo dos livros, andar com eles de lado para lado a tentar descobrir os segredos que a escrita me escondia... na maioria livros escolares, havia poucos livros de literatura em nossa casa. se há coisa que a falta de dinheiro nos retirou, com muita pena minha, foi o acesso à cultura, aos livros...
talvez por isso, livros sempre foram o presente de eleição que escolhi para o meu pequeno príncipe, e ele amava-os com a mesma e única intensidade com que sabia amar. um orgulho ter sido eu a despertar-lhe este amor. cinco anos não me deram tempo de lhe apresentar O Principezinho, tenho a certeza que o teria adorado, eram almas gémeas.
à pequena T, a minha princesa rebelde, de amores não tão intensos como os do irmão, é também com um imenso orgulho que lhe vejo crescer o amor pelos livros. se estou a ler lá vem ela pedir para lhe emprestar um livro, eu tola e insensata costumava resistir:
- a tia não te empresta o livro porque só tem letras, e tu não as conheces.
- conheço sim, o a, o i, o o, o u, e o... e!
todas as minhas resistências se derreteram perante tamanha ternura. agora senta-se ao meu lado a esfolhá-los, a perguntar o que representam as capas, quem sãos aqueles (fotos dos autores)...
quis o destino (de bracinhos grandes) que lhe apresentasse O Principezinho (livro com ímanes) aos três anos, e ela adora-o, o seu pincipezinho.
vi-a um dia destes encantar-se ao descobrir O Regresso do Jovem Príncipe, além de letras tem figuras, folheá-lo ávida de respostas, e eu partilhá-lo a rebentar de orgulho.
ontem, sentada no meu colo, vê aqui no blog a imagem da aplicação "leitura partilhada", e reconhecendo o livro aponta e diz, olha este livro é igual ao teu! Quando me fui deitar, quis ir comigo para a cama e ficar a brincar com o seu pincipezinho.
vejo-a devorar livros à sua maneira, e vou-me lembrando da menina curiosa por saber que um dia fui... sorrio e sinto-me feliz.
na primeira a nossa ausência leva os outros (hipócritas incluídos) a dizê-lo! na segunda a nossa presença (hipócritas, egos inflamados e eu incluídos) muito subtilmente induz os outros a reconhecê-lo!
na maioria das vezes que aqui escrevo é em tom de que gente estúpida - má, falsa, arrogante, egoísta - e eu tão boa pessoa tenho de os aturar! eu importo-me tanto com os outros, considero-os todos como iguais, sou tão gentil, estou sempre disposta a ajudar, tenho o coração aberto ao perdoão!se eu fosse deus o mundo era bem melhor...
eu sou mesmo boa pessoa, só demoro uma eternidade a perceber o grau estupidez das minhas próprias atitudes! como reconhecer o erro é meio caminho andado para se evoluir, só há uma ilação possível, eu vou conseguir ser ainda melhor pessoa! quem disser o contrário é estúpido. :P
nota mental: não faças aos outros o que não gostarias que te fizessem a ti,por piores que te pareçam as atitudes alheias, e independentemente de te achares incapaz de igual procedimento.
uma das nossas músicas mais tocantes de sempre. (com uma semana de atraso) ao grande Carlos do Carmo parabéns pelo merecido Grammy, um artista com A, um Senhor, a nossa "VOZ", como já aqui disse.
queria escrever uma sinfonia com os acordes do coração, apenas junto notas em desarmonia, pensamentos e palavras desafinados. a pauta de sentimentos permanece sem eco. queria escrever uma sinfonia com os acordes do coração...
fica comigo hoje, protege-me com a carapaça do teu abraço, de mim e de todos os monstros que vivem cá dentro... só hoje e amanhã fica comigo, vive em mim, limpa a casa, muda os móveis, redecora cada canto do meu ser... só hoje, amanhã e depois fica comigo, redescobre as cores do meu sorriso, a luz do meu olhar... só hoje, amanhã, depois e...
Ricardo era o amigo cuja voz ele escutava na cabeça sempre que estava a sós; era aquele com quem ele se ria e com quem discutia na sua imaginação, aquele com quem partilhava todos os segredos.
in O Portugês Inquieto, pág. 280
sem pessoas assim especiais na nossa vida tudo seria bem mais difícil.