Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar,
Seria mais feliz um momento...
Mas eu que nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...
Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se.
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva...
O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja...
Alberto Caeiro, in Guardador de Rebanhos
Se tivessem acreditado na minha brincadeira de dizer verdades teriam ouvido as verdades que teimo em dizer a brincar, falei muitas vezes como um palhaço mas jamais duvidei da sinceridade da plateia que sorria. Charles Chaplin
Tornámo-nos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos. Antoine de Saint-Exupéry
A cabeça que se não volta para os horizontes sumidos não contém nem pensamento nem amor. Victor Hugo
Não importa o que fizeram connosco, importa o que fazemos com aquilo que nos fizeram. JP Sartre
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Olá Canca,
ResponderEliminartenho uma má relação com o Alberto!!! No meu exame de português havia um grupo de perguntas todas relativas ao Alberto e não me perguntes porquê errei todas elas, ou estavam muito incompletas e desde esse dia que não consigo gostar do Alberto... Estou a brincar, mas passados tantos anos cada vez que leio Alberto Caeiro lembro-me do dito exame.
"O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,"
Lindo :)
A mim Caeiro lembra-me sempre um outro poema, que ja partilhei (http://partilharebom.blogspot.pt/2013/03/olharpara-tras-e-um-exercicio-que-faco.html#comment-form), na altura adolescente achei que o homem era maluquinho, hoje compreendo-o. Ou fiquei eu também maluquinha. :P
EliminarBeijos, muitos
A mim, no exame, calhou-me Álvaro de Campos, outro que também adoro. Correu-me muito bem. Mas Alberto Caeiro foi sempre o meu preferido dos 3. Nunca gostei tanto das aulas de português como nessa altura. :)
EliminarBeijinho às duas
Eu tinha essa sensação em relação ao Fernando Pessoa, que ele devia ser louco e loucamente apaixonado. Hoje ao ler a "Mensagem" acho que tenho a mm opinião mas compreendo-o e admiro-o muito mais.
EliminarEu tive o mesmo prof de Português nos três anos de Secundário e era um péssimo prof, nunca nos motivou pra lermos, nem para gostarmos dos nossos escritores...
Beijinhos e um bom fim-de-semana para as duas*
Eu acho que só aprendi a gostar de Pessoa quando aprendi a força que as emoções têm na nossa vida adulta.
EliminarBeijos
Lindo!
ResponderEliminarSempre gostei de Alberto Caeiro e da sua ligação à natureza e ao mais real.
Boa escolha!
Bjs
Pessoa é maravilhoso, Caeiro é o meu heterónimo favorito.
EliminarBeijos
Amei. :)
ResponderEliminarAdoro Alberto Caeiro. E este poema é tão, mas tão real. :) Gostei mesmo. Obrigada.
beijinho
Hoje também adoro Caeiro, mas nem sempre foi assim (espreita, se quiseres, a minha resposta à Carminho). :)
EliminarBeijinhos
tão simples e tão belo!
ResponderEliminarTão um bocadinho de nós...
EliminarBeijos
Belo porque de Alberto Caeiro...um dos meus preferidos.
ResponderEliminarBeijinho
Caeiro também é o meu heterónimo favorito.
EliminarBeijinho
Simples, belo e natural :)
ResponderEliminarBeijinhos
Simples para quem o sabe entender. :)
EliminarBeijos