Se tivessem acreditado na minha brincadeira de dizer verdades teriam ouvido as verdades que teimo em dizer a brincar, falei muitas vezes como um palhaço mas jamais duvidei da sinceridade da plateia que sorria. Charles Chaplin

Tornámo-nos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos. Antoine de Saint-Exupéry

A cabeça que se não volta para os horizontes sumidos não contém nem pensamento nem amor. Victor Hugo

Não importa o que fizeram connosco, importa o que fazemos com aquilo que nos fizeram. JP Sartre

sexta-feira, 4 de julho de 2014

no final... quem escreve o guião somos nós!

dificilmente o fim de uma relação amorosa acaba em amizade, dizem, eu não percebo, acredito, vejo, mas continuo a não perceber.
não há amor sem amizade. não há amor sem momentos felizes, muitos felizes. não há amor que não nos traga recordações que nos deixem um sorriso estampado no rosto. se o amor acabou, se transformou, porque não simplesmente assumi-lo? porque não dar a hipótese a cada um de seguir o seu caminho carregando na bagagem uma montanha de bons momentos e no coração alguém especial? 

há sempre uma parte que sai mais magoada, sofre mais, sim, mas degradar a relação contribuí em algo para amenizar esse sentimento? 

eu acredito na amizade após o fim de uma relação. basta as pessoas serem sinceras o suficiente para assumirem/aceitarem a mudança do sentimento que os unia. basta respeitar os sentimentos do outro e tentar compreende-los. basta ser altruísta o suficiente para dar ao outro a liberdade de já não nos amar, mesmo que isso implique a enorme desilusão de sabermos não ter correspondido às suas expectativas, mesmo que isso implique saber que encontrou alguém que o preenche mais que nós. basta esforçarmo-nos por perceber que cada um ama à sua maneira, cada um encontra encanto em características diferentes, que o deixar de amar não implica nunca ter amado verdadeiramente, o deixar de amar não anula continuar a querer bem, admirar, nutrir um imenso carinho, uma imensa e verdadeira amizade. 

não percebem porque penso assim, penso e sinto. talvez seja porque prefiro lembrar as pessoas por tudo de bom que partilhamos. talvez seja porque me esforço por aceitar as escolhas dos que amo. talvez seja porque lhes quero bem em tal medida que os quero livres de escolher como e com quem se querem fazer felizes. talvez seja porque ao contrário daqueles que se amam acima de tudo, não me amo o suficiente, e se para os primeiros é inaceitável deixarem de ser especiais, para mim é apenas a confirmação de algo que sempre soube.
não sou ingénua ao ponto de achar que todas as relações podem acabar em bem. não podem é certo, pelo simples facto de que o mundo está cheio de pessoas malformadas, para as quais amar é sinónimo de usar, manipular, possuir, desconsiderar, com estes é impossível manter uma relação cordial. mas assim sendo, haverá alguma vantagem em dar-lhes, além da educação nos contactos necessários, o desprezo?
não percebem e ficam chocados quando digo que as relações amorosas podem acabar em amizade. o que eu não percebo são os pais que utilizam os filhos como forma de segurar ou atingir um companheiro que já não o ama. o que não entendo são os casais que insistem em manter relações de fachada em que nenhum dos dois é feliz. o que eu não percebo são as pessoas que criticam os outros por se terem separado e serem amigos, serem as mesmas que dizem se não fosse a casa, o carro, o churrasco, o painel solar e o trem-de-cozinha há muito estariam separados…
não percebo, a estranha devo ser eu...

6 comentários:

  1. Hiiiii...este assunto dá pano para mangas:)
    Sim, minha doce, és assim...doce, mas tens todo o direito de acreditar naquilo em que acreditas e a seres respeitada na tua forma de ser e de estar.

    Eu, por exemplo, não acabei amiga de ninguém...e por muito pouco não acabei sozinha e azeda.
    Hoje não me imagino a deixar de amar MorMeu, mas a vida traz-nos muitas formas de amar com o tempo, não se ama sempre da mesma maneira.

    Quanto aos filhos é um assunto que me incomoda, seres a quem eu dedico a minha vida, serem usados como joguetes, incomoda-me só pensar nisso.

    jinhoooooossssss

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    1. Sim Suri, é só a minha opinião, talvez um eu gostava que as pessoas fossem mais verdadeiras!

      Eu, por acaso, não me saí muito melhor, mas não foi vontade minha, e não guardo rancores, foram aprendizagens. Posso ficar só, mas fico docinha. ;)
      As relações não são imutáveis, temos é de saber lidar com as mudanças.

      Não tenho filhos, mas se há pessoas que me incomodam são aquelas que desrespeitam os filhos.

      Beijinhos, doce escorpião ;)

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  2. Concordo. Quem escreve o guião somos nós, mas fica tanta coisa por escrever!
    Beijinhos

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    1. e por mais que escrevêssemos à sempre quem insista em não ler! Depender de um nós não é nada simples!

      Beijinhos

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  3. Compreendo o que dizes e concordo que devemos tentar fazer isso. Mas acredito que nem sempre seja possível. Às vezes, uma das pessoas magoa tanto a outra que é difícil manter a amizade. Mas podemos sempre tentar ser cordiais.
    beijinho

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    1. Sim, isto era um gostava que as pessoas fossem verdadeiras, leais, altruístas. O meu lado "imagine"...

      Beijinhos

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