acabadinho de ler

É o primeiro livro que leio deste autor, gostei bastante, vários enredos e personagens entre os quais aparentemente não vemos ligação, o que nos leva a ler, mais, e mais, só nos últimos capítulos nos é dada a luz, o final é absolutamente inesperado, aquele que nunca me passou pela cabeça, carregado de significado, adorei.

Não querendo abrir o véu, porque o livro é merecedor de leitura, digo que ficámos a saber um pouco mais sobre a vida de Eugénio Paccelli, que viria a ser o Papa Pio XII, uma figura historicamente associada ao anti-semitismo, mas que segundo o autor foi um dos homens que mais judeus salvou. Sou uma apaixonada pelo povo judeu, e por todos aqueles que ajudaram a que sobrevivessem a um dos períodos mais horríveis da história humana - o holocausto - já li bastante sobre o tema, e pelo que li partilhava da ideia que a Igreja Católica terá sido se não colaborante, conivente com a actuação do monstro que foi Adolf Hitler, este livro abriu-me novos horizontes para pesquisas e leituras sobre o tema.

Ficámos ainda a saber um pouco mais sobre os meandros do Estado mais pequeno do mundo, não sou crente, contudo admirava o admirável João Paulo II - li alguma coisa sobre ele e impressionou-me sobretudo pela pessoa que sempre foi - nunca simpatizei com Bento XVI, a sua atitude ao resignar fez-me vê-lo como um homem de bem, que não aguentou tudo o que o rodeava, este livro veio acentuar essa minha  opinião.

O livro começa assim - "Nada é mais corrosivo que uma dúvida. Imiscui-se numa palavra, num gesto, numa ausência e invade os pensamentos minando a mente com cismas e confabulações." - para mim foi um excelente aperitivo.

Boa leitura.