Se tivessem acreditado na minha brincadeira de dizer verdades teriam ouvido as verdades que teimo em dizer a brincar, falei muitas vezes como um palhaço mas jamais duvidei da sinceridade da plateia que sorria. Charles Chaplin

Tornámo-nos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos. Antoine de Saint-Exupéry

A cabeça que se não volta para os horizontes sumidos não contém nem pensamento nem amor. Victor Hugo

Não importa o que fizeram connosco, importa o que fazemos com aquilo que nos fizeram. JP Sartre

quarta-feira, 16 de abril de 2014

acabadinho de ler - Cândido, ou, tenho andado a cultivar o meu jardim

 
"... devemos cultivar o nosso jardim."

É com esta frase que Voltaire termina o livro. Do que li pela net trata-se de uma contraposição  às teorias filosóficas de Leibniz  sobre o optimismo (que desconheço). A minha interpretação, sem base filosófica é esta: Uma obra que utiliza a sátira dos males do mundo (hipocrisia, ganância, violência, indiferença pelo outro, cegueira religiosa…) como contraposição ao optimismo cego, que acredita que o mundo é um lugar maravilhoso per si. Uma crítica à capacidade que o ser humano tem de falar muito e fazer muito pouco, de criar teorias baseadas em teorias e se esquecer de olhar para a realidade das vivências. Para o mundo ser um lugar realmente maravilhoso, o Homem tem de contribuir para tal, só cultivando os nossos jardins podemos ver crescer flores.

Fim-de-semana de comemoração dos três aninhos da nossa pequena T, três dias de trabalho que mais pareceram uma semana completa, e dou por mim a pensar na máxima de Voltaire - devemos cultivar o nosso jardim.  Andei tão ocupada  a cultivar o meu jardim que não me sobrou tempo para fazer ou sequer pensar asneiras.
Por vezes só vemos ervas daninhas no nosso jardim. Não será porque em muitas dessas alturas dispensamos demasiado tempo a olhar para elas, analisá-las, avaliá-las, e a elaborar teorias sobre como nos livrar delas? Assim vamos deixando-as livres para  crescer e tomar conta do jardim. Não seria mais fácil e saudável termos uma atitude mais actuante e menos pensante? Porque não ter flores onde deixamos crescer ervas daninhas, se apenas um gesto pode bastar para arrancar o mal pela raiz?!

Voltando ao livro, é muito pequeno, lê-se facilmente em poucas horas e está disponível em e-book gratuitamente. Gostei bastante, sobretudo pela mensagem que julgo pretender transmitir, apesar de escrito no séc. XVIII mantêm-se actual. Mudam-se os tempos, mantêm-se os males, infelizmente, há cada vez mais mentes onde a luz não entra, tal é a densidade dos matagais que por lá proliferam.

4 comentários:

  1. Fiquei interessada neste livrinho. Acho k vou ler

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    1. Lê-se muito rápido, e transmite uma mensagem muito importante.

      Beijos

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  2. Sim, às vezes preocupamo-nos tanto com as ervas daninhas que nos esquecemos de regar e cuidar das flores. :)
    beijinho

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    1. Nem sequer lhe damos espaço para elas nascerem!

      Beijinhos

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