Se tivessem acreditado na minha brincadeira de dizer verdades teriam ouvido as verdades que teimo em dizer a brincar, falei muitas vezes como um palhaço mas jamais duvidei da sinceridade da plateia que sorria. Charles Chaplin

Tornámo-nos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos. Antoine de Saint-Exupéry

A cabeça que se não volta para os horizontes sumidos não contém nem pensamento nem amor. Victor Hugo

Não importa o que fizeram connosco, importa o que fazemos com aquilo que nos fizeram. JP Sartre

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

mind the gap

um dia percebes que o que não julgavas possível se repete.
 
eu tenho um problema de saúde que me faz ser fisicamente diferente. embora me digam que não é notório, visto nunca o ter partilhado com cegos, acho sempre que o fazem por simpatia.
 
nunca me achei fisicamente atraente, julgo nunca o ter desejado. desejei ter um rosto bonito, mas um bonito não de atraente, de querido, amoroso, que transmitisse afabilidade. tenho o meu nem encantador, nem assustador.
 
até à idade adulta, quando percebi que a beleza exterior pouco importava no conceito que faço de alguém, logo na atracção que a pessoa pode ou não exercer em mim, tinha a "síndrome do patinho feio".
 
perguntava-me (e pergunto) sempre o porquê de alguém (do género masculino) se encantar comigo. assumi que fosse pela maneira de ser, o meu jeito simples, a minha disponibilidade e sinceridade em ser amiga, o meu sentido de humor.
 
continuo a achar que esses são os meus encantos, contudo, aos trintas percebo que afinal não é nada disso! um déjà vu! realizo que a história se repete, não é de mim pessoa que gostam, é do meu corpo de mulher!
 
não lido bem com isso. não vou dizer que não gosto de me sentir desejada, mas não é de todo por isso que quero atrair alguém. eu não sou uma coisa, sou uma pessoa, as pessoas são para ser apreciadas pelo que são enquanto ser e não enquanto corpo.
 
andei este tempo todo a julgar-me escudada, afinal ser feia (por fora) era uma vantagem, só trazia a nós quem gostava verdadeiramente, para agora perceber que estive sempre de peito desprotegido.
 
quando se perde um escudo, ainda que imaginário, sentimo-nos tão, mas tão vulneráveis que pomos tudo em causa...

9 comentários:

  1. às vezes os escudos que criamos para nos proteger têm o efeito contrário...
    Beijinho grande***

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    1. O ideal seria não termos medo de andar de peito desprotegido. :/

      Beijinhos*

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  2. Não deves ser tão má contigo. Não acredito que não gostem da combinação entre as duas coisas, afinal atração entre dois seres humanos é isso : o ser e o humano (o intelecto e o fisico)...se o escudo não cair...não dás oportunidade a ninguém de se aproximar...sabes...eu percebo porque com 20 e poucos pensava como tu...conheci MorMeu e ele ensinou-me a confiar...nem todos os seres humanos masculinos existem para nos tramar...you know?!:))))

    jinhooooooossssssss

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    1. Eu sei que tens razão Suri, mas já não estou à espera que apareça o príncipe encantado, agradecia mesmo era que me deixassem sossegada no meu cantinho. :(

      Beijinhos, minha querida, obrigada <3

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  3. Opá, quem foi o gajo que eu vou lá dar-lhe uma lição. grrrrr
    Não gosto de te sentir assim...
    Mas sei muito bem o que é isso de inventar um escudo, e por muito que eu queira que a Suri tenha razão, começo a achar que a chave que abre esse escudo se perdeu. :(
    beijinho, minha querida

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    1. MEDO :P
      Há coisas que custa aceitar, sobretudo quando além de as acharmos pouco prováveis também as consideramos pouco desejáveis. O que não nos mata faz-nos mais fortes. ;)
      Menina, menina, não a quero a pensar assim, fico triste. Ainda vamos sorrir muito à conta do teu escudo atirado para a sucata. ;)

      Abraço, bem apertado*

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    2. Ninguém sabe, mas aposto que tens muita gente a querer que sejas MUITO feliz. :)

      Beijinho, GRANDE*

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