Se tivessem acreditado na minha brincadeira de dizer verdades teriam ouvido as verdades que teimo em dizer a brincar, falei muitas vezes como um palhaço mas jamais duvidei da sinceridade da plateia que sorria. Charles Chaplin

Tornámo-nos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos. Antoine de Saint-Exupéry

A cabeça que se não volta para os horizontes sumidos não contém nem pensamento nem amor. Victor Hugo

Não importa o que fizeram connosco, importa o que fazemos com aquilo que nos fizeram. JP Sartre

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

da estranheza do meu amor

 (mudei a imagem, tinha esta mais adequada)

Talvez tenha uma forma estranha de encarar o amor, é a minha forma. Acredito que amar é acima de tudo querer bem, e querer o bem, o do outro e o nosso em igual medida. Não se escolhe o que se sente, nós mudámos, os outros mudam, o que sentimos pelos outros muda, o que os outros sentem por nós também muda. Acredito que amar é aceitar, é ser verdadeiro, sempre e em todas as circunstâncias. Se alguém nos deixa, nos diz que deixou de gostar de nós, temos de aceitar, e deixar o outro seguir o seu caminho. Se gostamos de verdade, dói, dói muito, questionamos os porquês, sentimo-nos desiludidos, perdidos, injustiçados. Mas se o outro foi sincero, que mais podemos exigir? Que encene uma mentira para nos fazer feliz, vivendo ele infeliz? Se nos enganou, que interesse tem manter alguém assim ao nosso lado? Não quero, não suporto viver de ilusões, prefiro a verdade por mais dura que seja. Quero alguém que me ame como sou, e que se sinta livre para ser o que é, não entendo amor de outra forma. Seria incapaz de usar qualquer artimanha para prender alguém, eu não estaria feliz porque sabia não estar a ser verdadeira, eu não seria feliz porque saberia estar a manipular alguém, tirando-lhe assim a liberdade de ser feliz. Amar é querer bem, e quem quer bem não faz mal, não usa, não manipula, não mente. Acredito que se fossemos sempre francos as relações nunca acabariam em conflitos, mas este é o mundo em que vivem a minha cabeça, o meu coração, e as minhas acções. A relação que se mantém após o fim de uma relação é para mim a medida do amor que existiu. Já sofri muito, talvez porque acredite demais, porque não saiba fingir, mas a medida dos rancores que guardo é igual à do peso na minha consciência, não existe.

(escrito após ler este post da I.)

10 comentários:

  1. Tens toda a razão!
    Amar implica sinceridade e assim os conflitos poderiam ser evitados!
    Bjs

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    1. Seria tudo tão mais simples, mais verdadeiro, mais bonito.

      Beijos

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  2. Nem todos sabem amar, simplesmente. Amam com sentido de posse o que é errado.
    Amar é ver o outro feliz connosco ou longe de nós, mas feliz.
    O problema é que nem todos aguentamos sofrer por amor .... E amar também é saber sofrer :)

    Beijinhos*

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    1. "Amar é ver o outro feliz connosco ou longe de nós, mas feliz." É exactamente essa a minha forma de encarar o amor.
      Julgo que os que esticam a corda do amor é por terem medo de ficarem sós, de não se sentirem amados, nem que seja só aos olhos dos outros. Também haverá aqueles que se amam tanto que julgam ser impossível alguém não os amar... o ser humano é muito complexo.

      Beijinhos

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  3. "Quero alguém que me ame como sou, e que se sinta livre para ser o que é, não entendo amor de outra forma...." Palavras que poderiam ser minhas...

    Beijinho minha querida*

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    1. A doce Carminho não poderia pensar de outra forma. :)

      Beijinhos, muitos

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  4. Adorei o texto. Identifico-me com cada palavra, com cada frase, com cada parágrafo...
    Estou a tentar ajudar alguém de quem gosto muito a olhar para além da pessoa que ela ama. Ela ama-o e ele usa-a... Já lhe perguntei: o que é feito do teu amor próprio?... Faz-me tanta confusão alguém estar presa a um amor que só magoa, que só faz mal e apenas unilateral...

    Beijinho

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    1. Há amores que são cegos, e que cegam. Há pessoas que se convencem que o problema está nelas e reinventam-se vezes e vezes sem conta, e mesmo com a insatisfação permanente do parceiro não percebem a falta de amor... somos tão complexos. Costumo dizer, pior que amarmos alguém que não nos ama, é convencermo-nos que o outro nos ama da mesma forma.

      Beijinhos

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  5. Concordo plenamente contigo. Não consigo fazer o tipo de joguinhos que tantas pessoas fazem. Acho que é por isso que estou solteira. Mas antes solteira e de consciência tranquila que comprometida e infeliz.
    beijinho

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    1. Também eu concordo plenamente contigo, também estou só, mas de consciência tranquila, vivo a realidade, não conseguiria viver numa encenação.

      Beijinho

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