Se tivessem acreditado na minha brincadeira de dizer verdades teriam ouvido as verdades que teimo em dizer a brincar, falei muitas vezes como um palhaço mas jamais duvidei da sinceridade da plateia que sorria. Charles Chaplin

Tornámo-nos eternamente responsáveis por aquilo que cativamos. Antoine de Saint-Exupéry

A cabeça que se não volta para os horizontes sumidos não contém nem pensamento nem amor. Victor Hugo

Não importa o que fizeram connosco, importa o que fazemos com aquilo que nos fizeram. JP Sartre

sexta-feira, 24 de maio de 2013

acabadinho de ler

"Aos 34 anos, Elizabeth Gilbert, escritora premiada e destemida jornalista da GQ e da SPIN, descobre que afinal não quer ser mãe nem viver com o marido numa casa formidável nos subúrbios de Nova Iorque e parte sozinha numa viagem de 12 meses com três destinos marcados: o prazer na Itália, o rigor ascético na Índia, o verdadeiro amor na Indonésia. Irreverente, espirituosa, senhora de um coloquialismo exuberante, Elizabeth não abandona um minuto a sua auto-ironia e conta-nos tudo acerca desta fuga desesperada ao sonho americano que começou no momento em que encontrou Deus."
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Gostei do livro?
Não posso dizer que sim, nem que não, diria que o encaixo na categoria "estranha-se". E ao dizê-lo estou a mostrar muito do que sou, da minha natureza céptica, pouco crente em finais felizes e em encontros espirituais, não quero com isto por em causa a história que Elizabeth Gilbert nos conta, é a sua história pessoal, e é aí que residem as minhas dúvidas, ela conseguiu libertar-se, mas seremos todos capazes de fazê-lo, seremos todos capazes de iniciar esta viagem, seremos todos capazes de sentir essa necessidade? Tenho dúvidas... Sou o extremo oposto da autora, vivo presa nos muros que os meus medos construíram,  só com os meus me sinto livre e liberta, e estou-lhes demasiadamente presa, acreditem ou não, sou incapaz por ex. de fazer férias sozinha, e já deixei de as fazer por esse motivo, sou demasiado contida, muito introvertida, se as pessoas não vierem a mim, posso conviver com elas séculos e não estabelecer contactos próximos, nem criar laços de afinidade.  Não sou crente em nenhum Deus, e a espiritualidade é uma realidade que me parece a anos-luz de distância, admiro as pessoas de fé, a nossa humanidade precisa de um sentido e esse pode ser um dos caminhos, mas para mim a existência humana só faria sentido se estivéssemos a contribuir para a melhoria da vida dos outros seres humanos, de todos os seres vivos, do planeta em que vivemos, não é assim, sabemos bem, então como ser feliz, pensar positivo, se há tanta injustiça à nossa volta? Para que fechar-mo-nos em templos religiosos a adorar deuses, se pouco fazemos pelos nossos iguais?... E é esta a minha natureza! Como, não oro, e tenho uma estranha forma de amar.
Aconselho a leitura do livro, faz-nos pensar no que somos, no que queremos, a forma como pretendemos chegar lá, e avaliar a nossa relação com o mundo.

13 comentários:

  1. Não li o livro. só vi o filme...eu gostava de um dia fazer uma coisa do género, desprender-me de tudo e ir uns tempos sozinha para me conhecer melhor

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    1. Que mulher corajosa, se é esse o teu desejo fá-lo assim que tiveres possibilidades, económicas claro!

      Beijos

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  2. Olá Canca,
    Como te disse já, já li e ainda tenho o livro na minha mesinha cabeceira, releio muitas vezes algumas partes.

    Não estava à espera de outra coisa da menina, nada de tristezas sim? lê e re-lê e a pessoa mais importante no mundo és TU, a felicidade depende só ti e mereces ser feliz, não ontem, não hoje, não amanhã mas sempre.

    beijinhos grandes e bom fim-de-semana.

    PS: Parabéns pelo belíssimo texto e pela partilha em sim.

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    1. Estou a aprender a centrar a minha felicidade em mim, este livro e algumas pessoas maravilhosas estão a mostrar-me esse caminho. Obrigada. :)

      Beijinhos

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  3. Apenas vi o filme, mas de lá para cá tenho vontade de ler o livro!
    Será a minha próxima leitura!

    Beijinhos e bom fim-de-semana!

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    1. Força, acho que vale a pena, eu por cá ando com vontade de ver o filme.

      Beijinhos

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  4. Eu gostei muito do livro! Mas sim, concordo contigo, é preciso ter muita coragem para fazer o que a autora fez, largar tudo e partir sozinha durante 9 meses para 3 locais diferentes.
    Tal como tu não sou capaz de fazer férias sozinhas, ir até ao centro comercial sozinha é para mim algo muito estranho. Não é que não goste de estar sozinha, não gosto é de estar sozinha no meio de outras pessoas.

    Mas tenho uma relação muito própria com a espiritualidade e acredito que lá podemos encontrar alguma paz de espírito. Mas percebo quando dizes que às vezes as pessoas estão muito obcecadas com a religião e depois não são capaz de olhar para o lado e ajudar o outro, para tudo na vida há um meio termo, mas alguém consegue viver nesse meio termo? Somos pessoas imperfeitas e por tanto as nossas acções serão sempre mais ou menos imperfeitas.
    O primeiro passo é perceber isso e tentar melhorar todos os dias.

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    1. Somos pessoas imperfeitas/diferentes, todos nós, precisamos julgo eu, em primeiro lugar de aceitar as nossas imperfeições/diferenças para depois podermos aceitar as dos outros, é um caminho, mas como dizes nada se alcança se não dermos o primeiro passo. Obrigada por partilhares comigo.

      Beijinhos

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  5. Deixaste-me curiosa. Eu como, oro, mas quanto ao amar sou como tu. Será que conseguiria libertar-me das minhas dúvidas? Hum...não sei. Quem sabe um dia. :)
    beijinho

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    1. Quem sabe o que o futuro nos reserva? Que seja bom. ;)

      Beijinhos

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  6. Respostas
    1. Fez-me bem ler, está a ajudar-me a procurar ver a vida com outra luz.

      Beijos :)

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  7. Confesso que adorava partir assim, como a Elizabeth, por uns meses largos. Adorava ter todo o tempo do mundo apenas para me encontrar comigo mesma. Sem medos, só com uma curiosidade imensa em descobrir o que reservaria "a procura".

    Mas ainda não atingi o ponto de satura que me permitiria viajar apesar de saber que deixaria uma dúzia de pessoas extremamente preocupadas. E sem que isso aconteça, não há alegria que valha a preocupação dos que amamos.

    Beijinho, Canca*

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